Direitos Humanos e Luta Antipatriarcal: A luta pelos direitos das mulheres
- IJHF AL
- 9 de out.
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Atualizado: 20 de out.

A segunda aula dos Cursos de Formação em Direitos Humanos do Programa Marielle Franco foi realizada no dia 01 de outubro e explorou a conexão entre os direitos humanos e a luta contra o patriarcado, examinando as estruturas históricas e sociais que sustentam a opressão feminina. Foram 70 servidores e servidoras no curso da manhã, para servidores e servidoras, dos quais 54 eram mulheres. Já no curso da tarde, para a sociedade civil, havia apenas dois homens, dentre 41participantes.
O Programa contou com a participação da coordenadora da Casa da Mulher de Maricá, Daniele Velasco, que no início da aula apresentou as funções do equipamento: um conjunto multidisciplinar que oferece acolhimento, cursos de capacitação e resolução de problemas jurídicos, indo além do atendimento à violência, com o lema “orientar, falar, escutar e não julgar”. Foram detalhados serviços como a Patrulha Maria da Penha 24h, que acompanha a mulher vítima de violência doméstica à polícia e ao IML; e benefícios como o Recomeçar e o Aluguel social, importantes políticas do município de Maricá. Daniele também respondeu a questões práticas.

Logo após, a professora Lusmarina Campos Garcia deu início à sua exposição com uma dinâmica reflexiva, propondo aos presentes que imaginassem cenários alternativos a partir da frase “é sempre mais difícil ancorar um navio no espaço”. Esta provocação teve como propósito desafiar modelos mentais enraizados e inspirar uma postura mais livre e crítica na reinterpretação da realidade, com foco especial nas construções e papeis sociais de gênero.
A professora definiu o patriarcado como um sistema político, legal e de organização social que tem o masculino como sua referência central. Um sistema no qual a centralidade do poder reside no masculino e na subalternização das mulheres. Ela contextualizou a construção histórica deste sistema desde a Idade Antiga e, na sequência, destacou que o processo de enfrentamento ao patriarcado que começou a se construir.

O curso para os servidores e servidoras municipais contou, também, com a participação da professora da UFRJ e diretora executiva do Instituto Joaquin Herrera Flores, Gisele Ricobom, que apontou a luta pelos direitos das mulheres como contínua, como uma disputa de poder permanente. E destacou a necessidade de estarmos atentas aos discursos que afirmam a fragilidade da mulher: “Não somos maternais, não somos mais sensíveis. Nos atribuem características que não são bem-vistas ao público, aos espaços de poder, ao espaço do dinheiro. Existem pressões por sermos mulheres, pressão estética e a imposição ao cuidado como algo inerente ao feminino. A justificativa biológica para a economia do cuidado que é imposta à mulher é uma construção social”. E ressaltou que “o pensamento crítico é necessário para não aceitarmos os rótulos”. Finalizando as aulas, a professora Lusmarina convidou os cursistas para o seminário a ser realizado no dia 09/10, pelo Programa Marielle Franco, que dará continuidade à temática da violência de gênero discutida durante as aulas.

Seminário "Pelo direito das mulheres a uma vida livre de violência!"
O Programa Marielle Franco convida todas e todos para o seminário que acontece no dia 9 de outubro, às 17h, em nossa sede, com o objetivo de promover o debate e a construção de políticas públicas pelo fim da violência contra a mulher.
Terceira aula dos Cursos de Formação em Direitos Humanos dia 8 de outubro
Na quarta, 8 de outubro, seremos convidados a refletir sobre onde estamos, dentro da estrutura capitalista da sociedade. A economista Marta Skinner abordará o tema “Direitos Humanos e Sistema Capitalista”.

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